domingo, 19 de setembro de 2010

Entrvista Whiplash!!!!!

A entrevista abaixo foi publicada no site da Whiplash por Ben Ami Scopinho em 09/03/2010.
se quiserem conferir a original este é o link: http://whiplash.net/materias/entrevistas/104074-deadlycurse.html.
A entrevista é um pouco longa mas vale a pena conferir....




Natural de Goiânia (GO), o Deadly Curse é um desses novatos com tal poder de fogo que estão escalando rapidamente alguns importantes degraus na cena underground. Tanto que, logo após estrearem de forma independente com "Renegade", já assinaram contrato para seu lançamento oficial.

Thiago (voz), Kellerman (guitarra), Maciel (guitarra), Artur (baixo e voz) e Victor (bateria) são os jovensque conseguem capturar toda a importante rebelião, fundindo-a a ótimas melodias e toda a distorção do Heavy Metal extremo, gerando um disco de grande impacto. Para saber mais, o Whiplash! conversou com Thiago e Artur, que deram um monte de informações sobre a atual fase do Deadly Curse.
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Whiplash!: Saudações, pessoal! Considerando que vocês estejam no início de sua carreira, que tal começarmos com um breve histórico do Deadly Curse?
Thiago: A Deadly Curse iniciou suas atividades em julho de 2005, com o Kellerman Paulo, Igmar Junior e André de Paiva. A proposta inicial era fazer um som com base nas principais bandas de Thrash Metal como Sodom, METALLICA, Korzus, Sepultura, Kreator, Destruction, Testament, etc.
Thiago:  O nome da banda foi idéia do Igmar. Ele pegou duas músicas que ele e o Kellerman gostavam muito, que são "Curse The Gods" (Destruction) e "First Stryke Is Deadly" (Testament). Assim ficou Deadly Curse, que em português deu um sentido legal e ficou dentro da proposta. No começo tudo era complicado e difícil, os meninos ensaiavam na garagem da casa do Igmar, juntavam as suas tralhas e caiam pra luta, tudo muito tosco (risos). Por volta de agosto entrou Luan Ataides e em setembro eu completei o time, quando então começamos a ensaiar em estúdio e levar a coisa a sério, e em três meses já estávamos fazendo o nosso primeiro show.
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Whiplash!: O intuito inicial era resgatar o Thrash oitentista, mas o repertório de "Renegade" mostra o Deadly Curse também explorando outras áreas do Heavy Metal. Foi uma decisão consciente essa atual convergência de estilos? Como foi o processo de composição?
Artur: Em minha opinião, não foi um processo exatamente consciente. As mudanças de formação e o próprio amadurecimento da banda resultaram em uma inevitável alteração no estilo e na estrutura das músicas. Quando você escuta a nossa primeira demo, vê a diferença na hora. É um som muito mais direto, cru, bem na linha das bandas de Thrash oitentista mesmo. Gravamos em 2006, apesar do lançamento em 2008. De lá pra cá muita coisa mudou. Para o "Renegade" já tínhamos uma formação fixa e bem entrosada, e já possuíamos também alguma experiência com gravação. Dessa forma, cada um dos integrantes teve a possibilidade de evidenciar suas influências e seu estilo de tocar.
Artur:  O processo de composição é basicamente o mesmo desde o início da banda. Alguém aparece com uma idéia, um 'esqueleto' da música. Então todo mundo pega esse esqueleto e trabalha com ele em casa. Depois, levamos para o estúdio e vamos moldando aquilo até o que o resultado final seja satisfatório para todos.
Whiplash!: Afinal, atualmente, quais são os nomes que mais os influenciaram? Confesso que fiquei admirado com a forma como vocês trabalharam seus arranjos, tudo está muito maduro e contemporâneo...
Artur:  Kellerman e eu somos os principais compositores da banda. Mas o interessante dessa formação é justamente as várias influências que cada um possui, e isso contribui para que a Deadly Curse se torne uma banda bem diversificada. É bem complicado falar sobre influências quando se tem um grupo heterogêneo como o nosso. Particularmente, me interessei em tocar escutando bandas de Heavy/Power Metal. Mas hoje escuto de tudo um pouco. Ultimamente tenho ouvido bastante bandas como Quo Vadis, All Shall Perish, Behemoth, Lamb of God, Gojira e por aí vai. Acho que um denominador comum no Deadly Curse são as bandas de Death Metal Melódico, pelo fato de possuirmos muita melodia e vocais agressivos, mas procuramos não nos prender a rótulos.
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Whiplash!: Seu debut veio embalado em uma espécie de revista. Qual a idéia por trás deste formato não convencional? O público também está tendo acesso a esse material, ou o mesmo é voltado somente para divulgação?
Thiago: Bom, quando pensamos em lançar o debut olhamos pelo lado que ficaria mais em conta para a banda, pois já tínhamos gastado muita grana com a gravação, e fazer uma prensagem estava fora do nosso orçamento. Então tive a idéia desse formato, pensei que com ele a divulgação seria bem mais fácil, ampla e teríamos chance de conseguir algum patrocínio, selo ou gravadora, visando principalmente a busca de shows. Nele buscamos colocar todas as informações que achamos essenciais, desde biografia, fotos, letras das músicas e algumas coisas a mais. Esse tipo de informação não é comum no formato convencional. Felizmente conseguimos um selo e patrocínios. Fizemos o lançamento deste material em setembro e ele está em circulação só por aqui mesmo, em Goiânia. E agora estamos utilizando ele somente para divulgação como uma prévia do CD oficial.
Whiplash!: Parabéns, caras! Poderiam dar mais detalhes acerca desta nova edição oficial de “Renegade”, além dos planos para o futuro?
Thiago: Estamos trabalhando para lançar o álbum de forma oficial ainda no primeiro semestre do ano, pelo selo Two Beers On Not Beers. Na nova edição estarão disponíveis mais duas músicas. Uma inédita e um cover de uma banda goiana de Heavy Metal da década de 90. Estamos cogitando a possibilidade de disponibilizar também uma faixa multimídia com o primeiro vídeo clipe da banda, que devemos começar a produzir em abril. Estamos planejando também uma possível passagem por alguns estados no segundo semestre. Estamos bem ansiosos, pois ainda não tivemos o prazer de sair de Goiás com a banda.
Whiplash!: Percebe-se que o público amante do Thrash Metal oitentista não aceita muito bem o Metalcore, que, curiosamente, é fruto direto do próprio Thrash. Considerando que seu debut possui muitas características do Metalcore, como esse pessoal mais radical vem reagindo às canções?
Artur: Sempre vai haver aqueles que criticam tudo o que é novo. Percebemos que, à medida que o nosso som foi mudando e se aperfeiçoando, uma parte do público deixou de comparecer aos nossos shows. Por outro lado, uma parte maior começou a aparecer, então, por mim tudo bem (hehehe). É impossível agradar a todos, e não é essa a nossa intenção. Tocamos a música que nós gostamos, sem amarras e rótulos. Inclusive o nome do álbum nasceu de uma crítica que recebemos, quando disseram que tocávamos bem, mas que nosso som era 'renegado' dentro de alguns círculos. Então tivemos a idéia de apresentar ao público a música dos renegados.
Whiplash!: Heh! O título tem tudo a ver com a situação mesmo! Os elogios à gravação de “Renegade” são uma constante, em especial pela presença marcante e constante do contrabaixo – instrumento muitas vezes negligenciado na mixagem. Suponho que tenham ficado bastante satisfeitos com os resultados finais, não? Principalmente o Artur!
Artur:  Finalmente alguém está me ouvindo (hahahahaha)! Ficamos satisfeitos com o resultado final. Ainda existem alguns pontos que vamosmudar para o lançamento oficial, mas nada que torne a música irreconhecível ou algo do tipo. Quanto às linhas de baixo, elas geralmente são subestimadas mesmo. Mas muitos músicos provaram que é possível que alguém note a nossa existência. Baixistas como Steve Harris, Steve DiGiorgio, Marcus Grosskopf e Billy Sheehan mostraram que, com o devido espaço, o baixo pode dar contribuições importantes e fazer a diferença. O baixo dá ao Metal o peso que ele precisa. No "Renegade" a produção teve um papel importante para que houvesse destaque nas linhas graves. Francisco Arnozan (que, literalmente, me mandou 'sentar o dedo nessa porra') e Giovane Maia são pessoas experientes e competentes e fizeram um bom trabalho.
Whiplash!: Não é novidade que, infelizmente, boa parte do público brasileiro parece preferir apresentações das ditas ‘bandas covers’ ao invés de prestigiar os grupos autorais. Neste sentido, como está a agenda de shows do Deadly Curse? Vocês têm encontrado organizadores sérios com quem trabalhar?
Thiago: Eu vejo que são poucas pessoas que, infelizmente, valorizam as bandas nacionais. Já cheguei a ouvir de muitos que falam que falta profissionalismo, que o som é ruim, que falta qualidade, etc. Posso citar uma penca de bandas que não ficam devendo em nada para as gringas. Acho que falta mesmo é interesse e visão por parte do público em conhecer o trabalho das bandas. Infelizmente os shows covers vêm se tornando uma praga por todo o canto do Brasil, talvez por essa visão de achar que somos inferiores aos gringos. Como ainda não tivemos o prazer de tocar fora de Goiás, não sabemos como são as coisas nos outros estados. Aqui em Goiânia existem poucos organizadores responsáveis que dão realmente valor ao trabalho das bandas, mas também existem aqueles 'toscão' da vida, que não dão nem um pingo de estrutura para a banda mostrar o seu trabalho.
Thiago: Sabemos que a cena anda bem carente e meio que se arrastando em alguns estados. Pelo que tenho visto em algumas entrevistas, falta tanto incentivo e investimentos de empresários, quanto uma colaboração do público Heavy Metal em geral.
Thiago: No momento estamos com shows agendados só aqui mesmo em Goiânia, os nossos planos são de uma possível tour no 2° semestre. Vamos analisar tudo com muita calma, como somos uma banda nova e ainda desconhecida sabemos que não será muito fácil. Por isso estamos contando com o apoio fundamental da nossa assessoria Metal Media, na pessoa da Débora Brandão, para nos guiar nesse grande passo.
Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! agradece pela entrevista desejando boa sorte ao Deadly Curse. O espaço está aberto para as considerações finais!
Artur e Thiago: Gostaríamos de agradecer, primeiramente, o espaço concedido para a divulgação do nosso trabalho no Whiplash!. Agradecemos também a todos os que vão aos shows, conhecem e reconhecem o nosso trabalho. Aos amigos da banda, que nos deram muita força ao longo da nossa trajetória e que nos apoiaram. Sem eles não teríamos metade do que temos hoje. Aguardem as novidades e o lançamento oficial do nosso CD. Ele estará matador!
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